segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um dia de Cão


Segunda feira. Já eram oito horas da manhã e eu ainda na cama. Maldito despertador! Digo celular, sempre esqueço de carregar. Por que a bateria tem que durar tão pouco? Pego meu caderninho de anotações e primeira anotação do dia: meu próximo celular deverá ter uma bateria de longa duração, se possível alguma tecnologia atômica de duração infinita. Após me vestir as pressas, saio de casa sem tomar meu café da manhã. É já dava pra saber que aquele não seria um dia fácil. Não fazer a refeição matinal acaba com o dia de qualquer um!

Sigo para o ponto de ônibus. Bom pelo menos a esse horário os ônibus não vão tão lotados, um lado positivo de sair tarde. Para minha surpresa não hoje! Parece que todos decidiram sair tarde, entro na lotação e viro mais uma sardinha esperando o momento de ser expelido do veiculo. Chego à faculdade com quase duas horas de atraso e descubro que era dia de prova. Devo ter cerca de vinte minutos para responder dez questões abertas sobre tendências do jornalismo contemporâneo e suas implicações na formação da opinião pública. Moleza! Sem contar que não estudei nada! Entrego a prova tendo respondido apenas à metade da primeira questão. Já é hora de almoçar, sem tempo nem dinheiro para escolher um bom lugar, fico com a primeira espelunca que surge no meu campo de visão. Após meia esperando o almoço me surge um prato deplorável na mesa. A comida é péssima, mas como estou de barriga vazia a manhã toda me submeto a esse sacrifício. Segunda anotação do dia: não voltar mais naquele lugar. Acabo de almoçar e de repente alguns homens da vigilância sanitária entram no restaurante e fecham o recinto por falta de condições sanitárias. Na porta, várias pessoas fazem comentários, o único que vem nitidamente aos meus ouvidos é: “parece que encontraram até rato nas panelas”.

Bem prossigo sorrindo neste dia lindo, afinal a vida é bela. Dirijo-me para uma comunidade carente, com o firme propósito de fazer uma entrevista com a população local sobre o problema da dengue. Peço informações para um garoto na rua e ele me assalta, levando meu relógio, dinheiro e o celular. Terceira anotação do dia: evitar transitar por comunidades cujo índice de criminalidade situa-se acima da media. De volta ao jornal onde trabalho, sugiro uma matéria sobre a violência no país. Afinal isso é um absurdo a pessoa não tem nem o direito de ir e vir sem ser roubado! As três da tarde o almoço começava a mostrar seus efeitos. Corro para o banheiro e permaneço inerte ali por cerca de uma hora, provavelmente meu problema intestinal será motivo de piada pelos próximos anos. Já é noite, chego em casa. Sobrevivi! Ufa! Ultima anotação do dia: O que aprendi hoje: não saia de casa quando você acha que tudo vai dar errado. Fique doente!


(Por Levi Almeida JR)

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